Diferente do que a novela mostra, crescimento e desenvolvimento econômico estão ligados à sustentabilidade e não estão em confronto
“Em um país onde o agro figura como o atualmente vilão, quem explica como a novela Pantanal virou um fenômeno nacional?” questiona Roberta Freitas, produtora rural e advogada especialista em agronegócio durante o episódio Porque a novela Pantanal não representa o AGRO atual, do conversa agro. Uma questão muito pertinente, afinal, a novela é um verdadeiro sucesso.
A história principal da novela Pantanal é o romance entre Joventino e Juma Marruá. Jove é o jovem urbano filho do Rei do Gado que passa a morar com o pai no Pantanal e lá ele conhece Juma, uma moça que cresceu com uma forte conexão com a natureza.
O roteiro mostra um confronto entre sustentabilidade e desenvolvimento econômico, mas na verdade crescimento e desenvolvimento econômico estão ligados à sustentabilidade e não estão em confronto, eles estão juntos,. O mundo já tem todas as terras agricultáveis praticamente abertas, portanto não tem mais para onde crescer a produção agrícola. Ser sustentável, atualmente, é, também, usar a sua terra da melhor forma possível, isso quer dizer que você irá produzir mais.
“Colocando a novela dentro de um contexto no agro atual, há uma controvérsia muito grande em relação a um dos protagonistas não querer produzir muito pois quer ser sustentável. Você decidir que não irá produzir o máximo na sua área é a mesma coisa de você condenar outra área a ser aberta. Isso significa a derrubada de florestas, o que não é nenhum pouco sustentável”, explica o produtor rural e advogado especialista em agronegócio, Eduardo Assis.
Eduardo salienta que é muito bacana a forma com que o agro é inserido na novela. Os belos cenários, a história e toda a trama é muito bem vista, entretanto, há muitos pontos em que, na realidade, houve evolução e a novela não retrata isso.
Roberta concorda e afirma: “Eu acho que ter essa mentalidade de que a tecnologia ou sustentabilidade é uma coisa só sua, é você achar que sua produção é um fim em si mesmo ou que a atividade começa em você e termina na sua porteira. O que de fato não é verdade. A gente sabe que quem trabalha com agronegócio está inserido em uma cadeia global, e esse pensamento que é retratado na novela é antiquado para o agro atual.”
A verdade é que o agronegócio evoluiu, e a novela, embora disponha de mais recursos de produção e tecnologia, não quis inserir essa evolução no roteiro, o que parece demonstrar uma involução e inverdade da atualidade e da linguagem da teledramaturgia quando comparada com a primeira versão.
Assista esse episódio do ConversaAgro que está disponível no Youtube e em todas as plataformas de streaming.
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